domingo, 28 de fevereiro de 2010

Culpada, eu???


Certa vez eu perguntei para uma das minhas filhas, a Mariana, a mais velha, “filha, sabe qual é a coisa mais importante do mundo para a mamãe.” Com a maior tranqüilidade do mundo ela disse: “Sei, mãe, o seu trabalho.” Eu quase morri, mas respirei fundo e expliquei que isso não era verdade e que não daria nem para fazer este tipo de comparação, que o meu amor por ela era maior do que tudo etc. Mas aí aproveitei para dizer que realmente eu gostava muito do meu trabalho e que um dia ela iria sentir a mesma coisa pelo trabalho dela. Culpada, eu? Claro que me senti. E este é um dos grandes riscos que a gente corre. A culpa é grande e você pode acabar querendo compensar de maneira errada como por exemplo levando presentinhos para casa todos os dias. Com os anos, isso vai aumentando. Aos 18 anos, quando seu filho entrar na faculdade você dá um carro zero e por aí vai. E se você não cuidar ao longo desses anos do seu futuro financeiro, não fizer uma poupança, você vai acabar morando na casa da nora. E ainda vai dizer: “eu me sacrifiquei a vida toda por eles e acabei assim.” Por isso, é importante que a mulher pense primeiro nela e depois nos outros. É um favor que ela estará fazendo aos seus filhos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

mulher polvo

É assim que eu me sinto quando estou em casa com a Nina no colo, enquanto a Isabel faz estrela no meio da sala e a Mariana pede para ajudá-la a encapar o livro com papel contact (meu Deus, isso ainda existe!) E eu no computador escrevendo minha coluna para a revista Elas & Lucros e com minha sócia Mara Luquet ao telefone falando sobre um projeto que precisamos fazer até amanhã. E ainda preciso tomar um belo banho e ficar bem bonita para o meu marido que chega tarde do jornal. Afinal, hoje é sexta-feira e merecemos um jantarzinho (feito por ele) e um bom vinho.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Como nossos pais


Quando eu tinha 7 anos os meus pais se separaram. Eu jurei que não faria o mesmo com meus filhos. Bem, faltou combinar com os russos. Quando minha filha mais velha, Mariana, tinha 3 anos eu me separei do pai dela. Sofri duas vezes; por ela e por mim. Quem tem pais separados sabe que a rachadura feita na vida da pessoa é irreparável. Lembro de uma cena surreal: eu tinha 31 anos, estava grávida da Mariana e houve um almoço na minha casa que por alguma razão minha madrasta, que sempre foi muito bem-recebida na nossa casa, não compareceu. Aí alguém decidiu fazer uma foto de nós: eu, meu irmão, minha mãe e meu pai. Eu ainda consigo sentir a alegria infantil que tomou conta de mim naquele momento que vi "minha família" reunida, abraçada, para tirar a foto, que está pendurada na parede do escritório da minha casa.

O mundo das famílias mosaico

Este é um blog sobre um assunto que eu entendo muito bem: família mosaico. Aquela em que existem "os meus, os seus e os nossos filhos." Segundo o IBGE, entre 1997 e 2007, houve um aumento de casamentos entre pessoas separadas ou divorciadas de 1,1% para 2,5%. Nos Estados Unidos, mais de 10 milhões de crianças vivem hoje com um dos pais biológicos e com um padrasto ou madrasta, segundo o Census Bureau americano. Em mais de metade dessas famílias, um dos cônjuges traz um ou mais filhos para dentro deste novo território familiar. Sem falar nos novos filhos que surgirão desta relação. Cresci numa família meio mosaico (pais separados e madrasta) e hoje tenho a minha própria: uma filha do casamento anterior, um enteado do casamento anterior do meu marido e juntos temos mais duas filhas. Quatro ao todo! E este quebra-cabeça é o pano de fundo das histórias que vou contar aqui.